segunda-feira, 1 de junho de 2009

Por que "Do Rock ao Choro" ?


Bom dia a todos! Como passaram o fim de semana? Espero que bem! Venho nesta manhã nublada de segunda-feira falar um pouco sobre como começou minha vida musical, meus primeiros contatos com um instrumento, quais foram as minhas influências iniciais e, enfim, tentar explicar por que meu gosto musical vai "do rock ao choro".

Sou uma pessoa nascida e criada em uma família de músicos, tendo crescido ouvindo os violões, cavacos, bandolins e flautas de meu avô, meu pai e meus tios. As influências musicais que tive de minha família se voltavam tanto para a música erudita quanto para a popular. Meu falecido avô, que se chamava José Maria Coimbra, foi um grande violonista e foi aluno do mestre brasileiro Dilermando Reis. Possuía o tão desejado ouvido absoluto. Bastava a gente começar a assoviar ou solfejar que ele logo já ia ditando as notas que estávamos fraseando. Dentre os filhos de meu avô, apenas um escolheu levar a música como profissão, vivendo somente desta atividade. Este é meu tio Dehon Coimbra, que toca divinamente violão, cavaquinho e bandolim. Meu pai e os outros tios seguiram em profissões diferentes, mas sempre levando a música com eles, com seus instrumentos dentro de casa. Meu primeiro contato com um instrumento foi aos 13 anos, quando meu pai comprou um novo violão e trouxe pra casa. As primeiras lições e acordes foram ensinadas a mim pelo meu pai, que logo no início já me ensinou a tocar a música Romance de Amor, de autor indefinido, que é uma bela canção solada no violão, já me exigindo de início um exaustivo treinamento para que eu pudesse executá-la. Os passos seguintes foram dados com minha persistência aprendendo sozinho com as famosas revistinhas de cifras. Paralelamente ao aprendizado com meu pai, nesta época, que foi a década de 90, eu escutava muito rock e pop-rock, devido às influências dos amigos e da MTV, então eu procurava revistinhas de cifras contendo músicas de bandas como: Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Biquini Cavadão, Titãs, Raul Seixas, Guns 'n Roses, Nirvana, Pearl Jam, Bon Jovi, Metallica, Dream Theater e várias outras bandas de rock nacionais e internacionais que figuravam na época. Então, logo no início da minha vida musical, eu já recebia influências tão distintas. Por parte da minha família era Bossa-nova, Choro, Samba, Instrumental, Música Clássica e MPB em geral. Por parte do meio em que eu vivia fora de casa, com os amigos, alguns primos e influência da mídia em geral, era Rock e Pop-Rock nacional e internacional, desde Rock-baladas, estilo Bon Jovi, até Rock mais pesado, estilo Metallica e Dream Theater. Na época, eu queria aprender violão para poder tocar com os amigos, acompanhar as músicas que nós gostávamos, e eu pensava que para isso eu deveria aprender a tocar "músicas difíceis" logo de cara, pra aprender rápido as "músicas mais fáceis". Sendo assim, eu entendia que deveria aprender com a minha família (Violão clássico, MPB e Choro) pra poder tocar bem entre meus amigos (Rock). Eu já gostava de ambos os estilos, porque eu cresci ouvindo minha família tocar, mas também cresci ouvindo as músicas que meus amigos ouviam. Não sei como, mas esse gosto musical controverso foi se desenvolvendo cada vez mais, e eu queria aprender ao mesmo tempo músicas que pertenciam aos dois universos. Depois dos primeiros passos ao violão, meu tio Dehon começou também a me ensinar e a me passar diversas músicas no violão, já me ensinando acordes dissonantes e me fazendo, aos 14 anos, tocar músicas como Odeon, Tico-tico no Fubá, Ave Maria de Bach, Bachianinha de Paulinho Nogueira, Tema de O Bem-Amado, entre outras, todas com arranjos de solo com acompanhamento no violão (solo armado). Paralelamente a isso, eu já tocava meus rocks nas rodas entre meus amigos e uns meses depois eu entraria como baixista na minha primeira banda, que se chamava Sempre Alerta e com ela tocávamos diversos gêneros musicais. A intenção da banda era fazer bailes, mas era tudo em clima de garagem ainda. Certa vez, com quase um ano tocando violão, eu questionei meu tio quanto a capacidade de "tirar música", ou seja, ouvir uma música e achar seus acordes, sem precisar de cifras. Meu tio disse que isso viria com o tempo, mas que eu deveria ouvir boa música, rica em harmonia, pegar o violão e tentar achar alguma nota que "combinasse", então me sugeriu ouvir Djavan e Caetano Veloso. Lembro que fiquei escutando e tentando tocar diariamente durante alguns meses, e aí então meu ouvindo foi se desenvolvendo e eu fui "achando as notas". Antes de conseguir tirar uma música inteira do Djavan ou do Caetano, eu consegui tirar uma música da banda Mamonas Assassinas, que estourou com seu rock cômico entre 1995 e 1996 no Brasil. Foi uma felicidade muito grande pra mim, e a partir daí fui desenvolvendo cada vez mais meu ouvido e, com o passar dos meses, fui conseguindo tirar as músicas do Djavan, Caetano, e outros autores de MPB, Choro e Rock e Pop-rock.

Com o passar dos anos, aprendi outros instrumentos musicais como baixo, teclado e bateria. Participei de várias bandas com amigos meus, bricando de trocar de instrumento, mas levando a sério todo o aprendizado. Sempre fui muito aberto para novidades e procurava aproveitar o que tinha de bom em cada música que tirava, em cada instrumento que tocava. Desde o início, meu gosto musical sempre foi "do rock ao choro".

Na próxima postagem irei falar sobre os três shows que toquei neste fim de semana. Um grande abraço a todos!

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