segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Choro na Capela - Parte 1

Bom dia a todos!

Venho nesta postagem mostrar mais um trabalho do qual participo. Toda sexta-feira à noite, no Hotel-Fazenda Florença em Conservatória-RJ, ocorre um evento cultural musical direcionado ao choro. Este evento acontece dentro da Capela de São José, que por sua vez, fica dentro deste hotel.

O evento consiste em duas partes, que se misturam ao longo de sua apresentação: música tocada e história falada. Ou seja, nós tocamos choros consagrados de vários compositores, como: Waldir Azevedo, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Joaquim Callado, etc. e também tocamos algumas músicas populares mundias e também clássicos, mas com roupagem de choro.

O grupo musical conta com Ronaldinho do Cavaquinho, eu no violão e, eventualmente, Zé Luiz no pandeiro.

Além da música, o evento conta com toda uma parte falada, onde o Ronaldinho discorre assuntos relacionados a história do choro, dos principais compositores, curiosidades, regionais, grupos e etc.

-Se quiserem conhecer melhor o Hotel-Fazenda Florença, visitem seu site:
http://www.hotelfazendaflorenca.com.br

-Para conhecer o trabalho do grande Ronaldinho do Cavaquinho, acessem:
http://www.ronaldinhodocavaquinho.com.br

Enfim, para vocês conhecerem melhor este trabalho na capela, farei algumas postagens contendo alguns vídeos gravados ao vivo neste evento. Para começar, postarei o que nós estamos tocando Ave Maria, com melodia de Gounod tocada por Ronaldinho e acompanhamento ao Prelúdio n.1 de Bach tocando por mim no violão.

Os créditos das filmagens são devidos ao meu primo Alexandre Coimbra.

Até mais!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Naquela Mesa - Quatro mãos

Continuando o esquema de quantro mãos, agora apresento a execução da música Naquela Mesa de Sergio Bittencourt. Comparando com a música anterior, os arranjos são mais simples, porém, pode-se dizer que, no geral, Naquela Mesa seria mais popular que Chiquita, e isto se confirma quando tocamos as duas em nossos shows, dá pra notar a diferença. Estamos trabalhando outras músicas como Brasileirinho. Como eu disse antes, estamos começando a criar este tipo de coisa e a intenção é aperfeiçoar cada vez mais os arranjos para que fiquem interessantes de ver e ouvir. Segue o video:



Abraços a todos!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Quatro Mãos

Bom dia a todos!

Estive um bom tempo sumido daqui, devido à falta de tempo e correria do dia-a-dia, mas agora voltarei a atualizar frequentemente. Hoje, volto com um novo trabalho que eu e meu tio Dehon estamos desenvolvendo. Para quebrar um pouco a mesmice, este trabalho consiste em executar ao violão músicas utilizando quatro mãos. O que isso significa? Eu e meu tio tocamos dois arranjos de uma música ao mesmo tempo, utilizando apenas um violão. O vídeo abaixo pode explicar melhor como isso é feito:



A música do vídeo é Chiquita, de Waldir Azevedo. Para conseguirmos executar as músicas corretamente e sem uma mão atropelar a outra, precisamos antes definir um arranjo adequado para a execução, calculando onde e quando uma mão irá tocar e ajustando as demais. É um trabalho interessante, do qual as pessoas gostam bastante de assistir. Vale a pena o esforço!

Até a próxima!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ensaio Terça-feira, 09/06


Bom dia, amigos! Nesta terça-feira, dia 09/06/09, a partir das 19:00h, eu e meu tio Dehon Coimbra fizemos um ensaio instrumental, com violão, cavaquinho e bandolim. Ensaiamos até quase 23:00h, quando ele precisou ir embora para pegar seu ônibus.

A primeira música que decidimos passar foi "O Vôo da Mosca" de Jacob do Bandolim. É uma bela valsa que desafia as mãos do bandolinista, pois sua melodia é tocada continuamente, sem pausas. O guitarrista Kiko Loureiro (Angra) citou em seu blog que esta música requer "resistência e diversas combinações de palhetadas". A mim, coube fazer o acompanhamento, que é simples mas muito bonito.

Depois, eu e Dehon criamos uma segunda voz, principalmente em terças, para a música "Chiquita", uma valsa-choro de Waldir Azevedo. Nós iremos tocá-la em dois violões, começando em velocidade lenta, fazendo o dueto. Depois de tocá-la toda a primeira vez, iremos aumentar a velocidade, eu farei o acompanhamento harmônico e Dehon irá solar. Ficou bastante interessante.

Ensaiamos também as músicas "Luz e Sombra" e "Vê se gostas" de Waldir Azevedo, "Magoado" de Dilermando Reis em dois violões e uma parte do "Prelúdio de Bach" em Sol maior com a sexta corda do violão em Ré.

Meu pai, Hélder Coimbra, e meu primo Alexandre Coimbra, que é professor de Língua Portuguesa e Escritor, compareceram ao ensaio. Ambos são também amantes da boa música.

Alexandre Coimbra possui um blog interessante onde divulga seus contos, que são de um estilo muito peculiar. Contos estes que agradaram escritores como Rodrigo de Souza Leão, Glauco Mattoso e Marcelino Freire. Alguns foram publicados no site literário Germina e no livro Contos Hediondos (2009) de Glauco Mattoso pela editora Demônio Negro. Vale a pena conferir o blog do escritor Alexandre Coimbra, clique no link para visitar ->> autobiografiadeummerda.blogspot.com

Aproveito esta postagem também para mandar mil beijos a minha esposa Bianca e dizer que a amo muito! Feliz nosso "duplo" dia, amor!! :)

P.S.: A foto desta postagem é pra representar nosso ensaio. Somos eu, no violão, e meu tio Dehon Coimbra, no cavaquinho, tocando ao vivo no evento Café, Cachaça e Chorinho, que acontece todo ano em abril aqui em minha região.

Um abraço a todos!t

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Banda Êxtase

Alows, Pessoal! Tudo beleza no fim de semana? Hoje venho falar um pouco sobre um outro projeto musical no qual eu participo como baterista desde janeiro de 2009. É uma banda que está na estrada há uns 13 anos, tocando toda semana. Chama-se Banda Êxtase. A proposta da Banda Êxtase é fazer baile, ou seja, o repertório de um show é composto por músicas nacionais e internacionais de vários gêneros diferentes como: MPB, Samba, Anos 60, 70 e 80, Forró, Pagode, Axé, Pop-rock, Flashback, etc. O estilo de show da banda lembra muito os shows da grande banda Celebrare, e sua especialidade é tocar em festas de casamentos, aniversários, formaturas e comemorações em geral que pedem um show diversificado, longo, animado e dançante, que consiga, ou pelo menos tente, agradar a gregos e troianos. Musicalmente falando é um trabalho interessante, porque exige que o músico pesquise e explore diferentes universos musicais, ampliando seus horizontes e fazendo com que ele tente extrair a essência de cada gênero que terá que tocar. Exige também muita sensibilidade musical e quebra de paradigmas. Por exemplo: um músico que seja rockeiro, que goste só de rock, que toque só rock, vai encontrar muita dificuldade na hora de tocar um samba, e vice-versa. Sendo assim, é preciso ter a mente muito aberta, é preciso olhar para os lados, é preciso saber que ser músico está acima do aprisionamento a um gênero específico. Um músico completo é aquele que toca seu instrumento de maneira plena, é aquele que sabe que a música é infinita, é aquele que explora e suga o máximo de seu instrumento, e não aquele que toca limitadamente, sem ultrapassar as fronteiras de seu gênero musical preferido. Sei que este é um assunto muito controverso, sei que no mundo existe uma infinidade de ótimos músicos que tocam apenas seu gênero específico, e inclusive eu sou admirador de muitos destes. Sou fã de carteirinha de músicos como Mike Portnoy, John Petrucci, Neil Peart, Steven Wilson e Eddie Van Halen que, cada um com suas particularidades, tocam apenas Rock. Mas também sou fã do Kiko Loureiro, que apesar de ser um puta guitarrista internacionalmente conhecido no mundo do heavy-metal, aceitou um convite para tocar choro no festival Chorando Sem Parar, em São Carlos, interior de São Paulo, em dezembro do ano passado. Ele descreveu suas experiências neste evento em seu blog, quem quiser pode clicar aqui para ler o que ele disse. Enfim, eu acredito que a música, em sua plenitude, está acima das limitações impostas pelos gêneros e grupos. Acredito que toda e qualquer experiência musical, seja numa ópera ou numa festa de uma tribo indígena, é válida para o crescimento do músico, para que ele se torne cada vez mais completo, e acredito que isso ajuda muito a desenvolver seu estilo próprio e sua personalidade musical. A Banda Êxtase se propõe a tocar as músicas em versão de gravação original, mas também cria pot-pourris (várias músicas imendadas tocadas em sequência, sem parar). É um show bastante cansativo, geralmente são dois sets, um de duas horas e outro de uma hora e meia, com um intervalo de 20 minutos entre eles.

Nesta última sexta-feira (05/06), tocamos em um aniversário em um espaço em Volta Redonda-RJ. Foi um show bastante animado, recheado de música dos anos 60, 70 e 80. Fizemos um ensaio durante a semana passada pois precisamos tocar algumas músicas que ainda não tínhamos no repetório.

Eis algumas fotos de um show de formatura que fizemos há pouco tempo:







quarta-feira, 3 de junho de 2009

Chorinho da Serra


Bom dia a todos! Um dos projetos musicais que participo é um grupo chamado "Chorinho da Serra". Este grupo propõe-se a fazer apresentações ao vivo tocando principalmente Choro. Interpretamos choros de autores como Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Garoto, Zequinha de Abreu, Joaquim Callado, entre outros. Em nossas apresentações de choro, Dehon Coimbra sola no cavaquinho, bandolim e violão. Eu faço o acompanhamento (harmonia) no violão 6 cordas, mas em alguns choros que Dehon sola no violão, eu acompanho na percussão. Diogo Coimbra faz a condução do rítmo no pandeiro e Till Rodrigues canta alguns choros que possuem letra, espelhando-se na diva Ademilde Fonseca. Mas além do choro, o grupo Chorinho da Serra também toca outros gêneros musicais, como: MPB em geral, Bossa-nova, Samba, Seresta e Forró. Quando estamos no momento MPB, Dehon acompanha no violão, Till canta e eu toco percussão. Há pouco tempo, montei um set de percussão interessante, que funciona de maneira muito versátil, depois postarei uma foto para mostrar.

Neste último fim de semana, nosso grupo Chorinho da Serra fez três maravilhosos shows:
* Sexta-feira 29/05 às 21:00h no Hotel-Fazenda Acalanto, em Conservatória (Valença-RJ)
* Sábado 30/05 às 12:00h na rua do meio, centro de Conservatória (Valença-RJ)
* Sábado 30/05 às 21:00h na pracinha, centro de Conservatória (Valença-RJ)

Antes de falar dos shows, gostaria de falar de Conservatória. No estado do Rio de Janeiro, na região sul-fluminense e também dentro da região do Vale de Café, existe uma cidadezinha chamada Conservatória, que na verdade é um distrito do município de Valença. Este lugar é um ponto turístico cercado de belezas naturais, culturais e artísticas. Geralmente com um clima frio e aconchegante, atrai toda semana centenas de turístas que ficam hospedados em suas diversas Pousadas, Fazendas e Hotéis. Para os amantes da boa música, este é um lugar mágico, onde as noites são repletas de músicos tocando choro, MPB, samba, bossa-nova, seresta, entre outos gêneros, nos restaurantes e bares locais. Realmente é um lugar que vale a pena conhecer.

Os Shows
O Hotel-Fazenda Acalanto realiza todas as sextas-feiras às 21:00h, logo após o jantar, uma apresentação musical para seus hóspedes. Nesta apresentação, com duração de cerca de 2 horas, existe muita interação com o público, que faz perguntas sobre cultura musical, trocam informações, falam de lugares e etc. Neste dia, a apresentação tendeu mais para a MPB e Bossa-nova, mas também não deixamos de tocar alguns choros. Alguns hóspedes deram canja, cantando algumas músicas. É uma apresentação a qual as pessoas assistem e apreciam em silêncio, sentadas em suas cadeiras, sem dançar. É interessante pra nós músicos porque nós temos a certeza de que o público está prestando atenção em tudo que é executado. O clima parecia o de um verdadeiro Sarau, como ocorria no século XIX. Neste caso, nem é preciso tocar o choro "André de sapato novo" para fazer o público assistir quieto (entenderam?). Dehon conseguiu vender alguns de seus CDs.

Já o show de sábado ao meio-dia foi uma animação sem tamanho. Tocamos ao ar livre, durante o almoço, em uma rua onde tem vários restaurantes e as pessoas podem almoçar no lado de fora, cobertos por sombreiros. Começamos calmamente, com baixo volume e músicas calmas, visto que as pessoas estavam almoçando. A medida que os minutos foram passando, o próprio público começou a se agitar, nos fazendo animar o show, tocando alguns sambas e bossas-novas "menos calmas". Foi gradativo, mas com o passar de pouco mais de uma hora e meia, nós já estávamos tocando de tudo um pouco, com o público agitado, cantando e dançando. Algumas pessoas passavam, paravam e olhavam curiosas pro meu set de percussão, tentando entender com semblantes de quem nunca viu antes. Também houve participação de algumas pessoas com as canjas. A animação foi total e tocamos até quase 17:00h !! Sendo que este show seria só de 12:00h às 14:30h. Dehon vendeu cerca de 50 CDs, e disse que nunca vendeu tanto em um único show. Realmente foi um show muito emocionante.

Mais tarde um pouco foi a vez do show na pracinha. Já estava um clima mais frio, mas agradável. O show foi menos agitado que o de tarde, mas não faltou público cantando junto enquanto jantavam e bebiam nas messas do bares. Neste local que tocamos, em frente a pracinha, também existem vários bares ao redor e rotatividade de público, com pessoas passeando e parando par ouvir. Nesta ocasião tocamos MPB e Bossa-nova, pois como estávamos em um ambiente, digamos, "mais popular", talvez não caísse tão bem tocar alguns choros mais específicos.

Enfim, foi um ótimo fim de semana, muito musical e positivo. Na próxima sexta-feira (05/06), vou tocar bateria em um show de comemoração de um aniversário com a Banda Êxtase. Em uma outra postagem, discorrerei sobre o trabalho da banda Êxtase.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Por que "Do Rock ao Choro" ?


Bom dia a todos! Como passaram o fim de semana? Espero que bem! Venho nesta manhã nublada de segunda-feira falar um pouco sobre como começou minha vida musical, meus primeiros contatos com um instrumento, quais foram as minhas influências iniciais e, enfim, tentar explicar por que meu gosto musical vai "do rock ao choro".

Sou uma pessoa nascida e criada em uma família de músicos, tendo crescido ouvindo os violões, cavacos, bandolins e flautas de meu avô, meu pai e meus tios. As influências musicais que tive de minha família se voltavam tanto para a música erudita quanto para a popular. Meu falecido avô, que se chamava José Maria Coimbra, foi um grande violonista e foi aluno do mestre brasileiro Dilermando Reis. Possuía o tão desejado ouvido absoluto. Bastava a gente começar a assoviar ou solfejar que ele logo já ia ditando as notas que estávamos fraseando. Dentre os filhos de meu avô, apenas um escolheu levar a música como profissão, vivendo somente desta atividade. Este é meu tio Dehon Coimbra, que toca divinamente violão, cavaquinho e bandolim. Meu pai e os outros tios seguiram em profissões diferentes, mas sempre levando a música com eles, com seus instrumentos dentro de casa. Meu primeiro contato com um instrumento foi aos 13 anos, quando meu pai comprou um novo violão e trouxe pra casa. As primeiras lições e acordes foram ensinadas a mim pelo meu pai, que logo no início já me ensinou a tocar a música Romance de Amor, de autor indefinido, que é uma bela canção solada no violão, já me exigindo de início um exaustivo treinamento para que eu pudesse executá-la. Os passos seguintes foram dados com minha persistência aprendendo sozinho com as famosas revistinhas de cifras. Paralelamente ao aprendizado com meu pai, nesta época, que foi a década de 90, eu escutava muito rock e pop-rock, devido às influências dos amigos e da MTV, então eu procurava revistinhas de cifras contendo músicas de bandas como: Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Biquini Cavadão, Titãs, Raul Seixas, Guns 'n Roses, Nirvana, Pearl Jam, Bon Jovi, Metallica, Dream Theater e várias outras bandas de rock nacionais e internacionais que figuravam na época. Então, logo no início da minha vida musical, eu já recebia influências tão distintas. Por parte da minha família era Bossa-nova, Choro, Samba, Instrumental, Música Clássica e MPB em geral. Por parte do meio em que eu vivia fora de casa, com os amigos, alguns primos e influência da mídia em geral, era Rock e Pop-Rock nacional e internacional, desde Rock-baladas, estilo Bon Jovi, até Rock mais pesado, estilo Metallica e Dream Theater. Na época, eu queria aprender violão para poder tocar com os amigos, acompanhar as músicas que nós gostávamos, e eu pensava que para isso eu deveria aprender a tocar "músicas difíceis" logo de cara, pra aprender rápido as "músicas mais fáceis". Sendo assim, eu entendia que deveria aprender com a minha família (Violão clássico, MPB e Choro) pra poder tocar bem entre meus amigos (Rock). Eu já gostava de ambos os estilos, porque eu cresci ouvindo minha família tocar, mas também cresci ouvindo as músicas que meus amigos ouviam. Não sei como, mas esse gosto musical controverso foi se desenvolvendo cada vez mais, e eu queria aprender ao mesmo tempo músicas que pertenciam aos dois universos. Depois dos primeiros passos ao violão, meu tio Dehon começou também a me ensinar e a me passar diversas músicas no violão, já me ensinando acordes dissonantes e me fazendo, aos 14 anos, tocar músicas como Odeon, Tico-tico no Fubá, Ave Maria de Bach, Bachianinha de Paulinho Nogueira, Tema de O Bem-Amado, entre outras, todas com arranjos de solo com acompanhamento no violão (solo armado). Paralelamente a isso, eu já tocava meus rocks nas rodas entre meus amigos e uns meses depois eu entraria como baixista na minha primeira banda, que se chamava Sempre Alerta e com ela tocávamos diversos gêneros musicais. A intenção da banda era fazer bailes, mas era tudo em clima de garagem ainda. Certa vez, com quase um ano tocando violão, eu questionei meu tio quanto a capacidade de "tirar música", ou seja, ouvir uma música e achar seus acordes, sem precisar de cifras. Meu tio disse que isso viria com o tempo, mas que eu deveria ouvir boa música, rica em harmonia, pegar o violão e tentar achar alguma nota que "combinasse", então me sugeriu ouvir Djavan e Caetano Veloso. Lembro que fiquei escutando e tentando tocar diariamente durante alguns meses, e aí então meu ouvindo foi se desenvolvendo e eu fui "achando as notas". Antes de conseguir tirar uma música inteira do Djavan ou do Caetano, eu consegui tirar uma música da banda Mamonas Assassinas, que estourou com seu rock cômico entre 1995 e 1996 no Brasil. Foi uma felicidade muito grande pra mim, e a partir daí fui desenvolvendo cada vez mais meu ouvido e, com o passar dos meses, fui conseguindo tirar as músicas do Djavan, Caetano, e outros autores de MPB, Choro e Rock e Pop-rock.

Com o passar dos anos, aprendi outros instrumentos musicais como baixo, teclado e bateria. Participei de várias bandas com amigos meus, bricando de trocar de instrumento, mas levando a sério todo o aprendizado. Sempre fui muito aberto para novidades e procurava aproveitar o que tinha de bom em cada música que tirava, em cada instrumento que tocava. Desde o início, meu gosto musical sempre foi "do rock ao choro".

Na próxima postagem irei falar sobre os três shows que toquei neste fim de semana. Um grande abraço a todos!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Open House !

Bom dia e sejam todos bem-vindos. Criei este blog com a finalidade de mostrar um pouco sobre as minhas atividades musicais do dia-a-dia: em quais trabalhos/projetos estou envolvido, que material estou pesquisando, quais músicas estou tirando, compondo e tocando no momento, quais são os próximos shows, como foram os shows anteriores, quais experiências musicais estou vivenciando, quais estão sendo as dificuldades e etc, etc, etc.

Tenho a intenção também de me fazer entender, com as futuras postagens, o que quero dizer quando aprecio uma música como se ela fosse um universo próprio, como se ela mesma é quem ditasse qual é seu estilo, qual é seu gênero, qual é seu grupo, e que esse estilo/gênero/grupo fosse único, diferentes de qualquer outro. Em determinado momento, ao ouvir uma música, eu me desligo totalmente de sua origem, suas influências, do gênero a qual ela está ligada, do seu autor, e consigo entrar em um universo de sensações em que a música toma todo o controle de todos os conceitos, teorias e reações. Se torna uma apreciação quase autista, extremamente interna e com uma explosão de emoções. É claro que, para apreciar uma música completamente, existem momentos diferentes, nos quais a gente depende dos fatores gênero, autores, época e local em que foi composta, e etc. Mas eu gostaria de mostrar esta minha forma de apreciação e passar um pouco das sensações que elas me proporcionam.

E para esta inauguração, disponibilizo aqui um vídeo meu tocando bateria na música "Totalmente Demais" do "Hanoy-Hanoy" na versão da banda Ultravolts, durante seu show de gravação ao vivo do DVD Anos 80. Pra mim, os grandes pontos desta música, nesta versão, são o encaixe entre as levadas do baixo e da bateria, que formam uma linha reta, tocando as notas no mesmo momento, na cabeça, pulsando assim para dar uma base firme e reta, para o groove cheio de swingue do violão ficar livre, desenhando todo o balanço da música. Apreciem através deste e de outros Pontos de Vista:



Um grande abraço!